Em uma busca rápida encontrei o seguinte texto que vale a pena ser lido...
O RACIOCÍNIO INDUTIVO
A indução é um raciocínio que parte de dados particulares, parciais, mais ou
menos suficientes para que se possa fazer uma generalização ou
uma previsão.
O
argumento indutivo é um tipo de raciocínio no qual dada a verdade das premissas, a
conclusão será provavelmente verdadeira.
Premissa
1: Antes de anteontem, comi
chocolate e passei mal.
Premissa
2: Anteontem, comi chocolate e
passei mal.
Premissa
3: Ontem, comi chocolate e passei
mal.
Conclusão: Logo, sempre que como chocolate
passo mal. [ => generalização ]
Ou
Conclusão: Logo, se eu comer chocolate
hoje passarei mal. [ => previsão ]
Outro exemplo:
Premissa
1: Em 2009, choveu forte em
dezembro no Rio de Janeiro.
Premissa
2: Em 2010, também.
Premissa
3: Em 2011, também.
Premissa
4: Em 2012, também.
Conclusão: Logo, em 2013 choverá forte em
dezembro no Rio. [ => previsão ]
Ou
Conclusão: Logo, sempre chove forte em
dezembro no Rio. [ => generalização ]
Note-se
que o que define a maior ou a menor probabilidade da conclusão de um argumento
indutivo é a maior ou menor quantidade relativa de dados nas premissas. Por
isso, o que as premissas estão afirmando é relevante para que se possa ter uma
conclusão mais provável. O argumento indutivo necessita ir aos fatos, à
repetição das experiências, à realidade; não é um raciocínio puramente formal.
A confiança na generalização ou
aprevisão que
constituem suas possibilidades de conclusão depende de uma enumeração
suficientemente extensa nas premissas.
Muitas vezes ouvimos que a
indução é o raciocínio que “parte do particular para o geral”. Essa é uma
definição com dois erros graves. O primeiro é evidente pelo que dissemos: nem
sempre a indução se conclui com uma generalização. Ela pode se concluir com uma
previsão (que, obviamente, será particular se suas premissas assim o forem).
Isso é óbvio no exemplo:
Premissa
1: Ouvi o disco “Que país é este”
do Legião Urbana e gostei.
Premissa
2: Ouvi “O descobrimento do
Brasil”, do mesmo grupo, e gostei.
Premissa
3: Ouvi “A tempestade”, também do
Legião, e gostei.
Conclusão: Logo, vou gostar de ouvir o
disco “As quatro estações” do Legião.
Taí.
Premissas particulares e conclusão particular, e não conclui generalizando (o
que seria o caso se a conclusão fosse: “Logo, gosto de todos os discos
do Legião”).
O segundo erro é que é
igualmente possível que um argumento indutivo tenha premissas e conclusão
gerais, como podemos ver no exemplo:
Premissa
1: Todos os homens nascidos no
século XVIII morreram.
Premissa
2: Todos os homens nascidos no
século XIX morreram.
Conclusão: Logo, todos os homens nascidos
no século XX vão morrer.
Como pode ser visto, o
argumento acima tem premissas e conclusão gerais.
Portanto,
não se deve dizer que, no método indutivo, partimos dos fatos particulares para
a generalização: podemos também partir dos fatos particulares e fazer uma previsão; e podemos
partir de proposições gerais e concluir com outra proposição geral (indo do geral ao geral).
O RACIOCÍNIO DEDUTIVO
Ao contrário da indução,
que precisa da repetição dos casos para que se chegue a uma conclusão, a
dedução é um raciocínio que utiliza somente a própria lógica para que se tenha
uma conclusão válida a partir das premissas.
Em
outras palavras, dada a verdade das premissas, a conclusão será necessariamenteverdadeira.
Exemplo:
Premissa
maior: Todos os
alunos do 3º Ano são inteligentes.
Premissa
menor: Zezinho
Canivete é aluno do 3º Ano.
Conclusão: Logo, Zezinho Canivete é
inteligente.
Muitas vezes ouvimos que o
que define o argumento dedutivo é que “nele, parte-se do geral para o
particular”. Essa definição não é correta. Afinal, pode-se partir de uma
proposição geral e chegar a uma conclusão igualmente geral, como no exemplo:
Premissa
maior: Todo
carioca é brasileiro.
Premissa
menor: Todo
brasileiro é latino-americano.
Conclusão: Logo, todo carioca é
latino-americano.
E é igualmente possível
partir de proposições particulares para chegar a uma conclusão igualmente
particular, como no exemplo:
Premissa
maior: O maior
gênio científico do século XX é uma pessoa inteligente.
Premissa
menor: Einstein
é o maior gênio científico do século XX.
Conclusão: Logo, Einstein é uma pessoa
inteligente.
Então, o raciocínio
dedutivo NÃO É um raciocínio “que parte do geral para o particular”. Quem
afirma isso simplesmente nunca estudou lógica da argumentação. É impressionante
que possamos ler essa definição imperfeita em livros adotados como referência
no ensino de língua portuguesa; por exemplo, tenho à mão o “Comunicação em
prosa moderna”, 26ª edição, de Othon M. Garcia, publicado em 2008 pela FGV.
Nele lemos na página 309:
Se,
pelo método indutivo, partimos dos fatos particulares para a generalização, pelo
dedutivo, “caminhamos” em sentido inverso: do geral para o particular, da
generalização, para a especificação, do desconhecido para o conhecido.
Vemos
duas definições imprecisas – e se formos rigorosos, podemos dizer que são duas
definições erradas – em uma mesma frase de um livro
importante de ensino de língua portuguesa. Ainda bem que temos a Filosofia para
nos salvar, hehehe.
O SILOGISMO
Agora, uma pergunta que
muitas vezes ouço: qual a diferença entre um raciocínio dedutivo e um
silogismo?
Um silogismo é a
apresentação de um raciocínio dedutivo de modo formal.
Veja a diferença:
Chega o período de provas. Maria sabe que quem estuda bastante
tira boas notas. Seu conhecimento é de sua própria experiência, pois sempre
tira boas notas – afinal, está sempre estudando.
Acima, uma narração que
expõe um raciocínio dedutivo. Abaixo, o mesmo raciocínio, sob a forma de
silogismo.
Premissa
maior: Quem
estuda bastante tira boas notas.
Premissa
menor: Maria
estuda bastante.
Conclusão: Maria tira boas notas.
Portanto, todos os
argumentos dedutivos expostos anteriormente são também silogismos.
link : http://vendedorvende.blogspot.com.br/2013/11/tipos-de-argumentacao-deducao-inducao-e.html