segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Os Signos Simbólicos, Iconicos e Indiciais

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Os Signos Simbólicos, Iconicos e Indiciais

Se uma coisa pode ser tomada como representação de uma outra coisa, isto se dá, antes de tudo, pelo seguinte:
  •  ou porque já há certa convenção no sentido de que a segunda coisa deve ser representada pela primeira cosa;
  • ou porque a segunda coisa assemelha-se à primeira coisa (e vice-versa);
  • ou porque as duas coisas costumam vir sempre associadas ouconectadas uma à outra. 
 Se o que faz com que uma coisa possa ser tomada como representação de uma outra coisa é o fato já existir uma convenção no sentido de que a segunda coisa deve ser representada pela primeira coisa, tal coisa é umsigno simbólico; 
Se o que faz com que uma coisa possa ser tomada como representação de uma outra coisa é o fato de elas virem sempre associadas ou conectadasuma à outra, tal coisa é um signo indicial; 
Se o que faz com que uma coisa possa ser tomada como representação de uma outra coisa é o fato de entre elas haver certa semelhança, tal coisa é um signo icônico. 
Aquele animal que tem rabo, que late e que, às vezes, morde na gente, é uma coisa que pode ser representado por diferentes outras coisas, tais como as referentes aos vocábulos
cachorroperodoghund etc. Como se trata de uma representação com base numa mera convenção, a representatividade é de caráter relativamente limitada, uma vez que só pode ser devidamente compreendida por quem domina os idiomas aí indicados, que são o português, o espanhol, o inglês e o sueco. As componentes idiomáticas (sobretudo as palavras, escritas e faladas) são, de um modo geral, os exemplos mais comuns de signos simbólicos. 
O mesmo animal acima indicado, além de poder ser representado por estes diferentes vocábulos, pode ser também representado por sua figura ouimagem. 
Neste caso, como se trata de uma representação com base não mais na simples convenção, mas na semelhança entre as duas coisas, a representatividade é de caráter ilimitado ou universal, já que todos aqueles que conhecem dito animal são capazes de reconhecê-lo de imediato em sua imagem. A fotografia, a escultura, o desenho e a pintura são, enquanto artes figurativas, os exemplos mais corriqueiros de signos icônicos. 
O mesmo animal acima referido, além de poder ser representado por aqueles diferentes vocábulos e por essa figura ou imagem, pode ser também representado pelos rastos deixados por ele no chão, no sentido de que, ao percebermos os rastos, imaginamos o animal. Só que, neste caso, para imaginarmos o animal a partir dos rastos, tempos que imaginar primeiramente as suas próprias patas a partir dos rastos. E aí surge o seguinte problema: se, a partir dos rastos, imaginamos o próprio animal, o papel desempenhado pela primeira coisa (os rastos) é o de um signo indicial (relação associativa); se, a partir dos rastos, imaginamos não o próprio animal, mas apenas as patas do animal, o papel desempenhado pela primeira coisa (os rastos) é o de um signo icônico (relação imitativa). Quer dizer, se os rastos do cachorro representam as patas do cachorro porque as imita, os rastos do cachorro representam o cachorro não por que o imitam, mas porque a ele se associam, com base em nossas experiências. 
Estamos acostumados a chamar aquelas figurinhas que aparecem na tela do computador de ícones. Na verdade, elas só são ícones quando tomadas em relação não àquilo que estão de fato a representar, enquanto algo registrado na memória do computador, mas quando tomadas em relação àquilo com o qual elas parecem, e que às vezes não têm nada a ver com aquilo que está gravado na memória do computador. Enquanto representação de algo que está registrado na memória do computador, elas são não ícones, mas símbolos, ou seja, não signo icônicos, mas signos simbólicos; representações com base não na imitação, mas na mera convenção.