terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Fenomenologia - Introdução e Exercícios

FENOMENOLOGIA 
Texto de apoio I

CONCEITO: Fenomenologia – (do grego phainesthai – significa aquilo que se apresenta ou que se mostra, e logos – significa explicação, estudo). Afirma a importância dos fenômenos da consciência os quais devem ser estudados em si mesmos – tudo que podemos saber do mundo resume-se a esses fenômenos, a esses objetos ideais que existem na mente, cada um designado por uma palavra que representa a sua essência, sua significação. 


Isto significa dizer que a Fenomenologia é o estudo da consciência e dos objetos da consciência ou também chamados de experiências de consciência ou ainda chamados de vivências. Esses objetos, experiências ou vivências podem ser assim caracterizados: 
Coisas; Imagens; Fantasias; Atos; Relações; Pensamentos; Eventos; Memórias; Sentimentos; Etc. 
Partindo deste princípio pode-se dizer que tudo o que envolve a Fenomenologia está relacionado ao chamado processo de Intencionalidade, isto é, tudo parte de uma intenção, de uma vontade, de um desejo, onde é representado por um objeto real, ou seja, é uma investigação que busca a essência inerente da aparência. É claro que o termo aparência assume duas concepções simetricamente opostas: 1ª) Ato de ocultar a realidade; 2º) Manifestação ou revelação da mesma realidade, isto é, o que manifesta ou revela a própria realidade, de modo que esta encontra na realidade a sua verdade, a sua revelação. 
Sendo assim, aparência é qualquer coisa de que se tem consciência. Qualquer coisa que apareça à consciência é uma área legítima da investigação filosófica. Além do mais, aparência é uma manifestação da essência daquilo de que é a aparência. Logo, a Fenomenologia nasceu, grosso modo, como um questionamento no modo científico de pensar: uma crítica à metafísica (postura epistemológica que fundamenta a técnica moderna de conhecimento), onde ao fazer este questionamento, ela nos faz reformular o entendimento a respeito das coisas mais básicas, tais como nossa compreensão de homem e de mundo. 
Pode-se dizer então que a Fenomenologia orienta o seu olhar para o fenômeno, ou seja, na relação sujeito-objeto (ser-no mundo). Isso, em última análise, representa o rompimento do clássico conceito sujeito/objeto. À título de exemplificar e materializar melhor o conceito de fenomenologia, podemos por exemplo pegar um cântaro e um par de calçados, que são compostos de matéria e forma, nos quais o material – o barro e o couro – foram escolhidos em função do uso preciso a que estes utensílios se destinam. 
Isto significa que a Fenomenologia aborda questões que envolvem além da intencionalidade para qual foi feito e realizado alguma coisa, alguma experiência, envolve e também visa a sua utilidade, praticidade e especificidade de acordo com a utilização de tal coisa, mediante várias possibilidades de interpretações e percepções. 
Pode-se dizer então que a Fenomenologia nada mais é que o fato de usar o conhecimento objetivo, o mundo real, materializado para tentar explicar e resultar numa compreensão mais clara, objetiva e real daquilo que a priori faz parte da nossa mente, sendo que de acordo com o grau de acuidade, percepção e contexto histórico de cada indivíduo, aliado à sua total individualidade tem-se como resultado final várias possibilidades de interpretações, intuições, significações e percepções, onde culminarão em apenas um foco, isto é, no objeto em questão que pode ser qualquer coisa.
Responda as questões:

- Quais são as diferenças entre a Fenomenologia de Husserl e Heidegger?
- Do que se trata a fenomenologia em Hegel?


- Qual é a importância de se estudar a Filosofia da Linguagem (semiótica/Wittgenstein) para se discutir sobre a fenomenologia?


Pesquisar respostas:
1- Ludwig Wittgenstein, no Tractatus Lógico-Philosophicus, apresenta uma série de erros e de confusões que ocorrem no emprego mais cotidiano da linguagem. "Para evitar esses equívocos, devemos empregar uma notação que os exclua, não empregando o mesmo sinal em símbolos diferentes e não empregando superficialmente da mesma maneira sinais que designem de maneiras diferentes". Tal notação que Wittgenstein procura como solução para os problemas da linguagem teria, em seu centro, a obediência: 
A) ao verso livre da poesia 
B) ao método cartesiano 
C) à informática computacional 
D) à argumentação escolástica 
E) à gramática lógica 

2. Na Introdução de Ser e tempo, Martin Heidegger logo estabelece que a sua investigação sobre a questão do ser seguirá o método fenomenológico. Pela expressão "fenomenologia", Heidegger entende um conceito de método que: 
A) não caracteriza os objetos da investigação filosófica, mas a quididade real dos seus sujeitos, quem eles são. 
B) caracteriza a quididade real dos objetos da investigação filosófica, mas não o seu modo, como eles o são.
C) não caracteriza a quididade real dos objetos da investigação filosófica nem o seu modo, como eles o são.
D) caracteriza tanto a quididade real dos objetos da investigação filosófica quanto o seu modo, como eles o são. 
E) não caracteriza a quididade real dos objetos da investigação filosófica, mas o seu modo, como eles o são.

3. Jean-Paul Sartre, no texto "O existencialismo é um humanismo", busca defender sua posição filosófica de diversas críticas. "Assim respondemos, creio eu, a um certo número de censuras referentes ao existencialismo", escreve. Tal defesa, bastante contundente, ocorre tendo por base a definição do homem: 
A) pela religiosidade 
B) pelo quietismo 
C) pelo pessimismo 
D) pela ação 
E) pela tradição 

4. No ensaio da década de trinta "O narrador", Walter Benjamin faz uma aguda análise de sua época ao constatar que, depois da Primeira Guerra Mundial, os combatentes voltavam silenciosos do campo de batalha. No início desse texto, Benjamin declara que o que ele chamou de "experiência":
A) subiu na cotação, e a impressão é que prosseguirá nessa subida indefinidamente
B) subiu na cotação, e a impressão é que prosseguirá nessa subida até que sofra uma queda brusca
C) variou entre subidas e descidas, e a impressão é que se estabilizará na cotação
D) caiu na cotação, e a impressão é que prosseguirá nessa queda interminável.
E) caiu na cotação, e a impressão é que prosseguirá nessa queda até que retome o crescimento

5. Em meados do século XX, Max Horkheimer e Theodor Adorno trataram, juntos, do "Conceito de iluminismo". Foram eles que cunharam a famosa sentença segundo a qual o iluminismo é:
A) totalitário
B) democrático
C) um humanismo
D) a saída da menoridade
E) liberdade, igualdade e fraternidade