Questão 1 -(FESP RJ) Mesmo com todas as suas diferenças em relação a Hegel, Nietzsche também reconhece Tales de Mileto como o primeiro filósofo, justamente por ele ter dito que a água é a origem de todas as coisas. Para Nietzsche, em A filosofia na época trágica dos gregos, é preciso levar tal afirmação a sério, pois ela:
a) dá uma explicação imanente para o ser; o faz sem imagem ou fabulação; e contém o pensamento “tudo é um”.
b) dá uma explicação imanente para o ser; o faz por meio da poesia; e contém o pensamento “tudo é um”.
c) enuncia algo sobre a origem das coisas; o faz sem imagem ou fabulação; e contém o pensamento “tudo é um”.
d) enuncia algo sobre a origem das coisas; o faz sem imagem ou fabulação; e contém o pensamento “tudo é físico”.
e) enuncia algo sobre a origem das coisas; o faz sem imagem ou fabulação; e contém o pensamento “tudo é múltiplo”.
Questão 2 - Nietzsche considera que Parmênides “animou aquela divisão completamente errônea entre corpo e espírito que, especialmente desde Platão, pesa sobre a filosofia como uma maldição”. Isso, contudo, é já uma consequência da tese central de Parmênides, pois ele foi o pensador pré-socrático que escreveu que:
a)
“como nossa alma, que é ar, soberanamente nos mantém unidos, assim também todo o cosmo sopro e ar o mantém.”
b)
“necessário é o dizer e pensar que (o) ente é; pois é ser, e nada não é; isto eu te mando considerar.”
c)
“conjunções o todo e o não todo, o convergente e o divergente, o consoante e o dissoante, e de todas as coisas um e de um todas as coisas.”
d)
“o espírito sempre é, também agora deveras onde são também as outras (coisas) todas.”
e)
“tudo que é conhecido tem número; pois nada é possível pensar ou conhecer sem ele.”
Questão 3 - Mesmo com todas as suas diferenças em relação a Hegel, Nietzsche também reconhece Tales de Mileto como o primeiro filósofo, justamente por ele ter dito que a água é a origem de todas as coisas. Para Nietzsche, em A filosofia na época trágica dos gregos, é preciso levar tal afirmação a sério, pois ela:
a)
dá uma explicação imanente para o ser; o faz sem imagem ou fabulação; e contém o pensamento “tudo é um”.
b)
dá uma explicação imanente para o ser; o faz por meio da poesia; e contém o pensamento “tudo é um”.
c)
enuncia algo sobre a origem das coisas; o faz sem imagem ou fabulação; e contém o pensamento “tudo é um”.
d)
enuncia algo sobre a origem das coisas; o faz sem imagem ou fabulação; e contém o pensamento “tudo é físico”.
e)
enuncia algo sobre a origem das coisas; o faz sem imagem ou fabulação; e contém o pensamento “tudo é múltiplo”.
Questão 4 -
Na terceira dissertação da Genealogia da moral, tem lugar uma análise da arte, na qual Nietzsche ataca a compreensão ascética dizendo que ela tem certa tradição estética dentro da filosofia. Nesse momento, Nietzsche condena, sobretudo, a concepção estética de origem:
a)
platônica
b)
aristotélica
c)
kantiana
d)
schilleriana
e)
hegeliana
Questão 5 - Tales de Mileto afirmava que a água é a origem de todas as coisas. Friedrich Nietzsche, no fim do século XIX, considerou Tales, por conta dessa afirmativa, o primeiro filósofo, como se pode confirmar na passagem de A filosofia na época trágica dos gregos citada no volume da coleção Os pensadores dedicado aos pré-socráticos. Nietzsche considera que a razão pela qual Tales é o primeiro filósofo grego é que ele:
a)
abandonou “o mito e as narrativas mágicas”.
b)
asseverou algo sobre “a origem das coisas”.
c)
afirmou implicitamente que “tudo é um”.
d)
usou “métodos científicos” de abordagem.
e)
preservou “a experiência empírica” ao pensar .
Questão 6 - No terceiro de seus escritos juvenis de cunho crítico, intitulados como “intempestivos”, Friedrich Nietzsche tratou especificamente do tema da educação. Na “III Consideração intempestiva: Schopenhauer educador”, Nietzsche declara que deve ser o objetivo da cultura o engendramento:
a)
do gênio
b)
do filisteu
c)
do erudito
d)
do funcionário
e)
da opinião pública
Questão 7 -
Leia atentamente o texto abaixo.
“Na filosofia de Parmênides preludia-se o tema da ontologia. A experiência não lhe apresentava em nenhuma parte um ser tal como ele o pensava, mas, do fato que podia pensá-lo, ele concluía que ele precisava existir: uma conclusão que repousa sobre o pressuposto de que nós temos um órgão de conhecimento que vai à essência das coisas e é independente da experiência. Segundo Parmênides, o elemento de nosso pensamento não está presente na intuição mas é trazido de outra parte, de um mundo extra-sensível ao qual nós temos um acesso direto através do pensamento.” (NIETZSCHE, Friedrich. A filosofia na época trágica dos gregos. Trad. Carlos A. R. de Moura. In: SOUZA, José Cavalcanti de; KUHNEN, Remberto Francisco. Os pré-socráticos. São Paulo: Abril Cultural, 1978. (Coleção Os Pensadores).
Marque a alternativa INCORRETA.
a)
Para Parmênides, o Ser e a Verdade coincidem, porque é impossível a Verdade residir naquilo que Não-é: somente o Ser pode ser pensado e dito.
b)
Pode-se afirmar com segurança que Parmênides rejeita a experiência como fonte da verdade, pois, para ele, o Ser não pode ser percebido pelos sentidos.
c)
Parmênides é nitidamente um pensador empirista, pois afirma que a verdade só pode ser acessada por meio dos sentidos.
d)
O pensamento, para Parmênides, é o meio adequado para se chegar à essência das coisas, ao Ser, porque os dados dos sentidos não são suficientes para apreender a essência.
Questão 8 - (UFU) Leia atentamente o texto a seguir.
“O cristianismo, por sua vez, esmagou e alquebrou completamente o homem, e o mergulhou como que em um profundo lamaçal: então, no sentimento de total abjeção, fazia brilhar de repente o esplendor de uma piedade divina, de tal modo que o surpreendido, atendido pela graça, lançava um grito de embevecimento e por um instante acreditava carregar o céu inteiro em si.”
NIETZSCHE, F. Humano, demasiado humano. São Paulo: Nova Cultural, 1987. p. 59. (Col. Os Pensadores).
Com base no texto de Nietzsche, responda às seguintes questões:
a) O cristianismo pode ser considerado “moral do escravo” ou “moral do senhor”?
b) Selecione uma frase do texto que apresenta a característica fundamental do cristianismo para Nietzsche.
c) Com base na frase selecionada, explique se, para Nietzsche, o cristianismo é uma doutrina que nega ou que valoriza a força, a saúde e a vida.
Questão 9 - A partir da contraposição entre moral nobre e moral escrava, feita por Nietzsche na obra Genealogia da Moral , pode-se afirmar que:
a)
o homem do ressentimento considera o inimigo com o mau, enquanto o nobre vê o inimigo como desprezível.
b)
a modernidade é o momento de afirmação do indivíduo nobre, criador, a partir de seus talentos e virtudes.
c)
o amor aos inimigos é um disfarce do ressentimento, mas ocorre de modo autêntico no espírito nobre.
d)
a moral nobre é criadora e gera valores, ao contrário do ressentimento, que apenas inverte as valorações nobres.
Questão 10 - De acordo com a discussão que Nietzsche realiza sobre a origem dos valores morais, pode-seafirmar que:
a)
na avaliação reativa, os fracos primeiro avaliam a si mesmos como bons e daí decorre a avaliação do outro, o forte, como mau.
b)
os gestos úteis foram inicialmente valorados com o bons, tendo se tornado hábito passar aconsiderá-los como bons em si.
c)
a moral escrava tem sua origem no cristianismo, religião na qual a oposição entre bem e mal foi primeiramente constituída.
d)
a filologia mostra que as palavras usadas para designar a nobreza social adquiriram progressivamente o sentido de nobreza de espírito.
Texto
Nietzsche
“Deus está morto e nós o matamos.” O dono dessa frase é um dos mais controversos filósofos que já existiu. Vamos viajar pela filosofia daquele que, a golpes de martelo, revisitou os principais temas da história do pensamento ocidental, mostrando suas fragilidades. Dono de uma forma de escrita bastante peculiar, Nietzsche vai nos colocar diante de grandes impasses, de grandes perguntas e, sobretudo, de uma filosofia que não aceita respostas fáceis.
É que Nietzsche defendia que o homem, tal qual o conhecemos, com seus valores, suas verdades e ideias, seus anseios, suas forças e fraquezas é o resultado de uma construção. Ao longo da história, certo modelo de homem foi sendo construído, inventado.
Ora, se é assim, poderíamos contruir outros modos de vida, outras maneiras de ver o mundo, outras realidades para o homem, na verdade, para o super-homem — aquele que seria a superação do homem que temos ainda hoje. Mas, por que este homem deveria ser superado?
Outro pilar, que se apoia nessa ideia de divisão entre um mundo melhor e um mundo pior, é a do cristianismo. Também para os cristãos, da mesma forma que para os platônicos, o mundo de lá, o mundo além deste mundo, o céu, seria a meta, o lugar privilegiado, o estado de felicidade plena. Ora, onde você quereria estar se houvesse, de fato, esse mundo, esse céu? No céu, é claro.
Acontece que, ao fazer isso, o homem acaba criando um problema para si mesmo. Ao buscar, incessantemente, este além, o homem passa a desprezar este mundo no qual vive agora. Nietzsche percebe nisso um erro tremendo. Não há outro mundo, a não ser como invenção do homem. Por isso, ele pode abrir mão dessa ideia e viver o mundo presente.
O ressentimento é uma das principais marcas deste tipo de homem. Ao dividir a realidade em duas, ele colocou no inalcançavel seus sonhos, seus desejos, sua felicidade, sua vontade, tudo. Agora, vive a fraqueza de não poder aproveitar a vida, de degustá-la, de saboreá-la. Só um homem forte conseguiria viver plenamente o hoje em detrimento do além. Conseguiria superar o homem em favor de um valor de vida mais pleno, mais forte.
Nietzsche propõe o super-homem. Guiado por uma moral de senhores, capazes de dizer sim-à-vida. A afirmação da vida é a marca da superação deste homem, escravo. Os senhores afirmam o momento, vivem com plenitude. Ora, para isso, precisam criar novos valores. Valores que substituem aqueles criados pelos escravos, pelo homem. O super-homem cria para si valores que possibilitem afirmar a vida.
Nietzsche percebe isso, mas, para ele, o homem apenas substituiu um deus por outro. A ciência passa a ser o amuleto, a muleta. Nela, o homem se apoia. Entretanto, esse novo deus tem pés de barro. Ou seja, seu fundamento é tão frágil quanto aquele utilizado pela religião. Ela ainda não é capaz de efetivar a vida, de dar a ela seu máximo valor.
Imagine que, de repente, você fosse obrigado a repetir, exatamente da mesma forma, tudo o que aconteceu com você neste dia . Como você viveria este dia? E se tivesse que repetir as mesmas escolhas por mais vinte vezes? E se este dia e suas escolhas se repetissem mil vezes e você fosse obrigado a vivê-las exatamente da mesma forma? E se isso se repetisse para sempre?
Ora, se você imaginar que este momento vai se repetir exatamente da maneira que você o está vivendo agora, da mesma forma, uma, duas, mil, infinitas vezes, é claro que dará a ele um outro significado. O eterno retorno busca demonstrar a força do momento. Devemos vivê-lo nessa medida. Amá-lo com essa força. Escolhê-lo com esta certeza: ele voltará, da mesma forma, eternamente.
O Homem Precisa Ser Superado
Nascido em 1789, na cidade de Röcken, Alemanha, Nietzsche foi um dos grandes filósofos que perceberam a fragilidade dos fundamentos a partir dos quais o conhecimento humano era contruído. A noção de homem, resultado de um modo de pensar o mundo, deveria, segundo ele, ser superada. Como assim, superada?Ora, se é assim, poderíamos contruir outros modos de vida, outras maneiras de ver o mundo, outras realidades para o homem, na verdade, para o super-homem — aquele que seria a superação do homem que temos ainda hoje. Mas, por que este homem deveria ser superado?
Os Mundos
Para Nietzsche, a ideia de homem que carregamos até hoje encontra seu fundamento em dois grandes sistemas. O primeiro deles é o socratismo platônico. Platão é aquele que criou a ideia de um mundo sensível e de um mundo inteligível. Segundo ele, o mundo inteligível, dos modelos, das ideias, das verdades, seria, evidentemente, melhor do que o mundo sensível. É evidente que, se lá estão os modelos, a perfeição e, mais do que isso, se lá está a verdade, é lá que devemos querer estar.Acontece que, ao fazer isso, o homem acaba criando um problema para si mesmo. Ao buscar, incessantemente, este além, o homem passa a desprezar este mundo no qual vive agora. Nietzsche percebe nisso um erro tremendo. Não há outro mundo, a não ser como invenção do homem. Por isso, ele pode abrir mão dessa ideia e viver o mundo presente.
O Ressentimento
Por viver à espera do mundo que há de vir, o homem acaba se ressentindo com a realidade que experimenta agora. O homem do ressentimento não consegue viver, de fato, a vida, por esperar que a vida verdadeira esteja em outro lugar. Isso se deve a uma moral que enfraquece o homem, inventada por ele mesmo para justificar sua busca pelo outro mundo.O ressentimento é uma das principais marcas deste tipo de homem. Ao dividir a realidade em duas, ele colocou no inalcançavel seus sonhos, seus desejos, sua felicidade, sua vontade, tudo. Agora, vive a fraqueza de não poder aproveitar a vida, de degustá-la, de saboreá-la. Só um homem forte conseguiria viver plenamente o hoje em detrimento do além. Conseguiria superar o homem em favor de um valor de vida mais pleno, mais forte.
Moral de Senhor e Moral de Escravo
Os homens que vivem esta espera do além são, para Nietzsche, os homens guiados pela moral de escravos. Sem forças para assumir a vida plenamente, eles se unem em rebanhos. Juntos, parecem mais fortes, se sentem mais fortes, se consolam. Entretanto, não são capazes de perceber que a aparente força só faz reforçar sua escravidão, seu não-à-vida. Esse não-à-vida, essa negação, é mais uma das marcas deste homem. Ele nega esta vida e espera a vida que há de vir: A vida eterna.Nietzsche propõe o super-homem. Guiado por uma moral de senhores, capazes de dizer sim-à-vida. A afirmação da vida é a marca da superação deste homem, escravo. Os senhores afirmam o momento, vivem com plenitude. Ora, para isso, precisam criar novos valores. Valores que substituem aqueles criados pelos escravos, pelo homem. O super-homem cria para si valores que possibilitem afirmar a vida.
Transvaloração dos Valores
É este o projeto de transvaloração dos valores pensado por Nietzsche. Da mesma forma que os valores sustentavam as ideias e os ideais de escravos, agora o super-homem cria para si valores que sustentam a vida. É evidente, então, que esses valores devem refletir esse desejo e devem dar forças para que o homem efetive suas forças. Devem ser valores que superem a busca pelo além e que coloquem o super-homem de volta na Terra.Você Sabia?
Para demonstrar suas ideias, Nietzsche escreve um livro no qual, a exemplo do que faziam as religiões, usa um profeta para ensinar as pessoas. O nome desse profeta é Zaratustra e ele aparece em uma das principais obras do filósofo: Assim Falou Zaratustra.
Deus Está Morto
Embora seja comum atribuir o assassínio de Deus à Nietzsche, na realidade, ele apenas anuncia o que percebera observando a história. Conforme sua teoria, Deus morreu. E provavelmente a grande culpada dessa morte foi a ciência. Ela tomou o lugar de Deus. Na verdade, o homem ocupou seu lugar junto com a ciência. A modernidade apostou que poderia explicar tudo, resolver todos os problemas utilizando as ciências. Não era mais necessária a presença de Deus. O homem e sua ciência se bastavam. No lugar de Deus, a ciência.Nietzsche percebe isso, mas, para ele, o homem apenas substituiu um deus por outro. A ciência passa a ser o amuleto, a muleta. Nela, o homem se apoia. Entretanto, esse novo deus tem pés de barro. Ou seja, seu fundamento é tão frágil quanto aquele utilizado pela religião. Ela ainda não é capaz de efetivar a vida, de dar a ela seu máximo valor.
Saiba Mais!
As ideias de Nietzsche foram usadas pelo Nazismo para justificar suas práticas. No entanto, Nietzsche não apoiava nem defendia esse regime, chegando a criticá-lo em várias ocasiões. Dizem que, depois que ele morreu, a irmã de Nietzsche teria usado a obra do filósofo de maneira inescrupulosa, retirando partes, para justificar o nazismo. Nietzsche morreu louco, muitos acreditam que por causa da sífilis.
Amor Fati e Eterno Retorno
No lugar do amor ao além, o filósofo propõe o amor fati. Amar o acontecimento, o momento, o agora, dando a ele toda sua potência, todo seu valor. O amor fati é a medida do super-homem. Mas, como efetivá-lo? Nietzsche lança mão de um pensamento que ajuda a compreender a força do momento: o eterno retorno. Vai dizer o filósofo mais ou menos o seguinte:Imagine que, de repente, você fosse obrigado a repetir, exatamente da mesma forma, tudo o que aconteceu com você neste dia . Como você viveria este dia? E se tivesse que repetir as mesmas escolhas por mais vinte vezes? E se este dia e suas escolhas se repetissem mil vezes e você fosse obrigado a vivê-las exatamente da mesma forma? E se isso se repetisse para sempre?
Ora, se você imaginar que este momento vai se repetir exatamente da maneira que você o está vivendo agora, da mesma forma, uma, duas, mil, infinitas vezes, é claro que dará a ele um outro significado. O eterno retorno busca demonstrar a força do momento. Devemos vivê-lo nessa medida. Amá-lo com essa força. Escolhê-lo com esta certeza: ele voltará, da mesma forma, eternamente.